segunda-feira, 4 de abril de 2016

DEPUTADA DE LAVRAS, DÂMINA PEREIRA LEVANTA A BANDEIRA DO IMPEACHMENT

Dâmina Pereira foi indicada pelo deputado Eduardo Cunha para coordenar a bancada feminina na Câmara dos Deputados. Eleição ocorreu sob protestos


Após aparecer na ferramenta Mapa da Democracia (www.mapadademocracia.org.br) como indecisa sobre o pedido de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), a deputada federal Dâmina Pereira, representante da cidade de Lavras, no Sul de Minas, na Câmara dos Deputados, anunciou oficialmente que é a favor da medida, que representa um golpe contra a democracia no Brasil.

Por meio de nota oficial, a parlamente de Lavras, disse que o "Brasil passa por uma crise política, provocada por recentes descobertas de desvio de recursos públicos, com finalidade de financiar campanhas por meio de práticas criminosas, licitações milionárias de cartas marcadas".

A deputada ainda ressalta que "diante deste cenário de crise política, venho dar conhecimento a meus eleitores e seguidores das minhas redes sociais, que irei representá-los com dignidade, votando a favor do afastamento da presidente e de todos os detentores de mandato que, de igual forma, venham trair a confiança da nação brasileira".

Mandato começou envolvido em polêmicas
Eleita pela primeira vez para um cargo na Câmara dos Deputados, Dâmina de Carvalho Pereira apresentou receitas de R$ 3.349.827,85 e declarou gastos de R$ 3.349.827,85. 

Dâmina também ostenta a marca de candidata mais rica de Minas Gerais na eleição de 2014 para a Câmara. A lavrense Dâmina Pereira acumula um patrimônio de R$ 38,8 milhões.

Eleita pelo PMN, migrou para o recém-criado PMB e agora, no período conhecido como "janela partidária", filiou-se ao PSL.

Tão logo assumiu o posto, a lavrense foi beneficiada por um acordo entre a maioria da bancada e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a parlamentar acabou ficando à frente da coordenação da Bancada Feminina.

Pelos parâmetros estabelecidos por Cunha, o bloco integrado por PT, PCdoB e PRB não teria direito a disputar nenhum dos cargos principais. A decisão do presidente foi vista como uma “interferência na autonomia das mulheres”, o que motivou o boicote.

“Sempre as mulheres decidiram quem iria nos representar e hoje essa autonomia foi restringida. Em função do resgate desta autonomia, nós não estaremos votando, nem indicando ninguém”, disse na época a petista Moema Gramacho (BA).

A eleição ocorreu sob protesto das 13 deputadas do PCdoB e PT que consideraram "uma afronta à autonomia da Bancada Feminina” a decisão da presidência em intervir no processo de composição da Secretaria da Mulher da Câmara.

Com isso, o PCdoB e PT não votaram na eleição em protesto pela interferência do presidente da Câmara na escolha das integrantes da Secretaria da Mulher

Na época, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deliberou que as indicações dos nomes seguiria o formato da eleição da Mesa Diretora, ou seja, por ordem de proporcionalidade entre os blocos partidários e o número de deputados de cada um. 

Assim, o maior bloco, o do PMDB, do Cunha, teve o privilégio da vaga da coordenadoria e procuradoria da Secretaria da Mulher.

A ingerência de Cunha impossibilitou candidaturas avulsas de parlamentares interessadas em ocupar importante cargo, já que a coordenadora tem assento no Colégio de Líderes da Câmara e pode interferir na definição das proposições que irão a votação.

A Secretaria da Mulher foi criada na Câmara em 2013. Essa estrutura uniu a Procuradoria da Mulher, criada em 2009, e a Coordenadoria dos Direitos da Mulher, que representa a Bancada Feminina.

Mapa da Democracia
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