sexta-feira, 20 de maio de 2016

HISTORIADORA DOA CERCA DE 1.200 LIVROS PARA A BIBLIOTECA DO MUSEU DE CONGONHAS


A biblioteca do Museu de Congonhas, na região Central do Estado, está se consolidando como uma das mais ricas em livros sobre o patrimônio histórico e cultural mineiro. 

Com previsão de abrir à visitação em dois meses, o acervo já contava com obras de Fábio França, doações da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). 

Agora, recebe 1.197 livros da primeira parte da coleção da pesquisadora Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira. 

Além dela, assinaram o termo de doação, nesta terça-feira, 18, o prefeito, o diretor-presidente da FUMCULT e a secretária municipal de Educação, já que esta biblioteca se integrará à rede do Município. A solenidade fez parte da programação da Semana Nacional de Museus.

Especialista em barroco e rococó mineiros, Myrian é professora de história na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e conselheira consultiva do IPHAN, onde trabalhou por 20 anos. 

A pesquisadora, que estudou o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, foi quem elaborou o dossiê do título de Patrimônio Mundial da Humanidade que Congonhas recebeu há 30 anos.

A pesquisadora dividiu seu acervo, basicamente, em setores que abordam o contexto geral da política mineira e brasileira, a história da arte mineira e do Brasil, e o Aleijadinho. Além disso, ele é composto, ainda, por livros técnicos do IPHAN. 

Uma das obras de maior destaque é a edição original de "O Aleijdinho", do francês Germain Bazin.

"Minha família é de Entre Rios de Minas, tenho casa quase que na esquina de Congonhas. Eu passei minha vida colecionando livros. A minha ligação com os Passos de Congonhas não é só teórica, é prática também. Como eu trabalhava no IPHAN, participei, ao menos, das três maiores restaurações das capelas", destacou Myrian.

A biblioteca do Museu de Congonhas passa a integrar a rede de 27 bibliotecas do município. Seu acervo contará, ainda, com livros que serão transferidos desses locais.

Cultura
Ainda nesta quarta-feira, 18, pela manhã, no auditório do Museu de Congonhas, o secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo (PMDB), realizou a palestra “Aleijadinho – Vida e Obra” em que relatou a trajetória do gênio do barroco e também a importância dos museus no dia em que instituições  de todo o mundo discutem seus papéis  em nossa sociedade.

“Os museus interferem na vida do cidadão e se inserem na vida das comunidades. Do século XX pra cá eles ganharam novo significado e são protagonistas na vida social e econômica. Grandes eventos são realizados em museus porque eles viraram espaços diferenciados. Hoje o museu imprime prestígio aos eventos realizados em seu interior”, comentou Ângelo Oswaldo.

O palestrante disse que existem atualmente 3.000 museus no Brasil em 1.600 municípios. Isso significa que, dos cerca de 5.600 cidades brasileiras, 4.000 ainda não possuem esses importantes espaços para preservação de suas heranças culturais.

Em sua apresentação, Ângelo narrou a história de Antônio Francisco Lisboa sob vários aspectos: sua origem familiar, adolescência, crescimento como artista, a doença, obras e o reconhecimento que faz dele o maior artista brasileiro.

Para o secretário, o Museu de Congonhas valoriza ainda mais as obras do Aleijadinho expostas no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos e oferece aos visitantes valiosas informações sobre as obra prima de Aleijadinho em Congonhas e a devoção ao Bom Jesus de Matosinhos. 

Nenhum comentário: