quarta-feira, 26 de outubro de 2016

EM MEIO A CRISE E OBRAS PARADAS, O RETRATO DO DESPERDÍCIO NO CAMPUS DA FEDERAL DE LAVRAS

Pedras decorativas abandonadas no Campus Histórico. Ao fundo, uma das obras paradas na universidade

A Universidade Federal de Lavras (UFLA) aprovou, em 2013, um pacote de obras estruturantes no valor de 65 milhões de reais. No ano seguinte, 2014, teria início uma crise política e institucional no governo brasileiro que foi se agravando gradativamente e que se arrasta até hoje.

Com isso, desde 2014 as instituições federais de ensino superior vem enfrentando restrições orçamentárias.

Na atual conjuntura nacional, quando se fala em instituições federais de ensino superior (IFES), logo vem a cabeça o discurso de fortes restrições orçamentárias que vem sendo enfrentadas por estas instituições.

Entre cortes de gastos e contingenciamento de recursos, economia é a palavra chave neste momento. Mas na UFLA, uma outra situação passa por desapercebida: o desperdício.

De um lado, a instituição teve problemas na execução da assistência estudantil, como a falta de materiais para confecção de carteira estudantil, deixando novos estudantes sem ter acesso a refeições subsidiadas no início do semestre letivo. A falta de material também atingiu a disponibilização de marmitex no Restaurante Universitário (RU).

Do outro lado, em meio a obras vultuosas, materiais de construção se perdem, largados a mercê da ação do tempo e em meio ao mato alto.

Em 2012, por exemplo, o Campus Histórico da Universidade Federal de Lavras passou por uma revitalização completa. A praça foi reformada para adquirir aspectos e funcionalidades semelhantes às que possuía na década de 1940.

Para isso, das alamedas do antigo campus, foram retirados os postes, transformadores e fios, instalando-se uma rede subterrânea. Além disso, houve a troca de grama, passeios e jardins. A revitalização foi inaugurada no dia 6 de setembro daquele ano.

Beleza: calçada revitalizada do Campus Histórico da UFLA
Outra ação realizada no local foi refazer, na praça, as calçadas em cruz. Quem passa pelo local, hoje, se deslumbra com sua beleza, além de ser encantar com o lugar que escreveu uma página importante na história da instituição.

Mas bem em frente a praça, também se vê a imagem do desperdício. São sobras da obra, acumuladas e sofrendo com a ação do tempo. Centenas de pedras decorativas que não foram utilizadas no calçamento da praça ficaram abandonadas.




Desperdício: centenas de pedras não utilizadas na revitalização de praça estão há anos abandonadas 
E logo ao lado, encontra-se também uma das obras que estão paradas na Universidade Federal de Lavras. Trata-se de um alojamento para hóspedes, com objetivo de atender a demanda de internacionalização da universidade.

Totalmente paralisada, a obra sofre com a ação do tempo. As poucas janelas que chegaram a ser instaladas, logo foram furtadas. O local faz divisa com um bairro e é de fácil acesso.

Parada, obra do alojamento para hóspedes internacionais teve janelas retiradas
As obras paradas se tornaram uma imagem comum no campus da Universidade Federal de Lavras. Além disso, uma espécie de 'rodízio' de recursos está sendo feito para tocar alguns destes empreendimentos no campus.

Em uma das empreiteiras que possui várias obras no campus, por exemplo, a medida que a empresa recebe os pagamentos ela realiza um 'revezamento' da atuação dos trabalhadores nas obras.

Também existem obras na Universidade Federal de Lavras com apenas dois trabalhadores e algumas contando até com somente um funcionário para vigiar o local.

Almoxarifado: materiais de construção estão abandonados em meio ao mato alto e a mercê da ação do tempo
Já no pátio do setor operacional da instituição, na parte de cima do campus, também é possível ver vários materiais de construção, como telhas, abandonados em meio ao mato alto e expostos a ação do tempo. 

2 comentários:

Anônimo disse...

Acrescente-se ao desperdício, a falta de planejamento. Encontra-se também paralisada a obra do que seria o prédio da geologia. Por total falta de planejamento iniciou-se esta obra para dar suporte ao curso de geologia que seria criado. Inspirado por um pequeno grupo de docentes, este plano não saiu o papel e o prédio não passou das fundações! Mais um elefante branco que precisará ter a sua finalidade desvirtuada.

Anônimo disse...

😢 triste