segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

INVENÇÕES, BUSCA DE APOIO E ENTRAVES BUROCRÁTICOS

Inventor mineiro possui 4 patentes requeridas no INPI e mais de 800 ideias à espera de apoio para desenvolvimento. Ele também luta por mudanças na legislação e valorização do trabalho dos inventores autônomos
Mineiro Paulo Gannam é um inventor nato. Ele criou um sistema eletrônico de comunicação entre motoristas para evitar acidentes e tornar o clima amistoso no trânsito
De acordo com o Dicionário Aurélio inventor é aquele faz uma descoberta ou criou coisa nova, industrializável. Inventa; inventivo.  Aquele que acha coisa alheia perdida. 

Paulo Gannam é um inventor. Mineiro de São Lourenço, cidade do Circuito das Águas, ele é formado em jornalismo pela Universidade de Taubaté e especialista em dependência química pela Universidade de São Paulo (USP). Já teve alguns trabalhos nessas áreas, como assessoria de imprensa, auxiliar em centro de recuperação de dependentes químicos e depois supervisor de Censo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Há mais de 5 anos, atua na criação e desenvolvimento de novos produtos e sua proteção mediante depósitos de patente, visando à negociação e busca pela comercialização de seus produtos no mercado por meio de parcerias com empresas estabelecidas ou emergentes. 

Atualmente, 70% do seu trabalho é focado na criação e desenvolvimento de novos produtos e sua apresentação a empresas. Nos 30% restantes atua com administração imobiliária. 

As criações de Gannam
Gannam é um inventor nato e cria soluções para necessidades diversas. Ele desenvolveu um “Sensor lateral de estacionamento para proteger pneus, rodas e calotas junto ao meio-fio”.  

Para o inventor, que já dispõe da prova de conceito do produto feita em PIC e em Arduino, o principal benefício do produto é o fato de ser mais acessível e atingir um público mais amplo, seja pessoas de menor poder aquisitivo, seja aquelas de maior poder aquisitivo que não tem interesse em gastar horrores com produtos de assistência abarrotados de sensores e/ou câmeras e seus softwares: os chamados Advanced Driver Assistance Systems (ADAS).


O invento permite o conhecimento antecipado e preciso de uma distância segura entre pneus/rodas e o meio-fio, proporcionando maior tranquilidade ao motorista, com uma margem de segurança ao estacionar o carro, eliminando aquele desgaste nos pneus e nas rodas por meio de arranhões, rupturas, manchas, etc.

“Este projeto agrega diversas vantagens, entre elas: praticidade, facilidade, tranquilidade e maior segurança àquelas pessoas que gostam de proteger seus carros o máximo possível, mantendo seu veículo sempre valorizado e bonito. Ele é um salvador de rodas e um assistente de estacionamento, só que muito mais barato!”, afirma Gannam.

Unhas
E se o seu problema é roer as unhas. E isso te incomoda? 

De acordo com estimativas científicas, 19% a 45% da população, oscilando conforme a faixa etária, é roedora de unhas. Atualmente, o que existe no mercado é um tipo de “esmalte” que, por ter gosto ruim, diminui a vontade de roer unhas. Ainda assim, há pessoas que roem as unhas com esmalte e tudo.

Pensando nisso, o inventor Paulo Gannam, um roedor de unhas desde criança, desenvolveu um “Protetor de Unhas para Portadores de Onicofagia”. Trata-se de uma película que reveste as unhas do usuário de forma elegante e discreta, sem causar desconforto algum, pois cobrem apenas as unhas sem incomodar o tato, e pode ser usado por homens e mulheres.

Feitas em látex de borracha confeccionadas artisticamente
Alguns modelos do invento se propõem a possuir um sistema de pressão sobre a região desejada, com furinhos para permitir maior possibilidade de transpiração. Outros teriam uma base circular de pressão para que o restante do tecido que cobre as unhas seja mais suave, evitando desconfortos numa região maior dos dedos.

Segundo o inventor, o protetor de unhas inibe um hábito autodestrutivo e incentiva a pessoa a começar a identificar quais sentimentos estão envolvidos no momento em que ela deseja roer as unhas automaticamente.

“Você pode me dizer: Mas basta tirar o protetor e fazer a festa com as unhas, detoná-las. É verdade, mas este protetor é direcionado mais ao público que está atravessando um momento de dor e forte desejo de encontrar uma forma de parar de roer. Esta é uma forma de ajudar o usuário a manter o compromisso com a mudança de comportamento”, explica.

Trânsito
Quantas vezes você já não passou por alguma estrada e recebeu um piscar de faróis do motorista que vinha em sentido contrário, fazendo gestos loucamente, sem entender nada do que ele realmente queria te dizer? 

E quantas vezes o sinal de internet estava tão ruim que você não conseguiu usar seus aplicativos de trânsito? 

E quantas vezes enviar uma mensagem por meio do aplicativo de trânsito se tornou mais um martírio do que solução – por causa da complicação até enviar a mensagem, ou digitar alguma outra mais específica enquanto se dirige?

Para ajudar nessas situações e diminuir acidentes causados por problemas no trânsito e nos veículos, o inventor Paulo Gannam desenvolveu o “Sistema de Cooperação no Trânsito”. 

É um sistema eletrônico de comunicação instantânea que alerta, com frases pré-gravadas bem curtinhas, qualquer problema identificável num veículo.

A comunicação é feita pelos usuários de outro veículo que disponha do aparelho. O inventor informa ter desenvolvido nova forma de também interligar a comunicação dos que tem o comunicador com os que não tem por meio de um aplicativo (app). 

Exemplos: luz de freio queimada, pneu murcho, luz de ré queimada, porta entreaberta, pessoa doente no carro, farol alto, e assim por diante.


O dispositivo também facilita o rápido intercâmbio de informações entre motoristas, que poderão alertar uns aos outros sobre problemas identificados nas rodovias, como acidentes e animais à frente, incêndios, neblina, entre outros.

“Este sistema difere do que existe na Europa”, explica o inventor mineiro, “pois permite que motoristas sejam membros ativos no envio de mensagens uns aos outros, uma vez que o leque de situações que demandam troca de informações não pode depender somente de uma comunicação vertical – órgãos governamentais para motoristas”.

O objetivo de Paulo, que já tem um PMV para demonstração, é tornar sua invenção uma rede social das estradas, por meio de algo com hardware e software novos e combinados, e não apenas por meio de um aplicativo para celulares dotados de GPS, conforme vem sendo utilizado e que, pelas características dos atuais aplicativos,  pode estar gerando acidentes.

Dificuldades no registro de patentes
As invenções de Paulo Gannam estão já estão com patente requerida no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). 

Em entrevista dada à Agência Brasil, em dezembro do ano passado, o presidente do INPI, Luiz Pimentel, disse que o projeto de modernização da autarquia é prioridade do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Segundo ele, a atual conjuntura econômica impossibilitou a reunião de valores para a contratação de consultorias internacionais, em parceria com a iniciativa privada, visando verificar o que é necessário para melhorar os serviços do órgão, comparativamente a outros escritórios considerados eficientes, incluindo a redução na análise de pedidos de patentes e marcas.

Atualmente, o instituto tem cerca de 96 examinadores na área de marcas e 260 no setor de patentes. De acordo com Pimentel, o problema é que o número de pedidos para exames que entram no INPI é muito grande. Somente em patentes, o INPI tem em depósito mais de 220 mil pedidos.

Enquanto o INPI tem em torno de 260 examinadores de patentes, o escritório europeu soma 4,8 mil desses profissionais e o dos Estados Unidos, 9,8 mil. Luiz Pimentel afirmou que, analisando o número de examinadores pelo número de processos, nota-se grande desequilíbrio no Brasil nessa comparação. Enquanto um examinador nos Estados Unidos analisa cerca de 70 processos, um técnico brasileiro examina mais de mil.

Gannam tem quatro patentes requeridas ao INPI desde 2011, para modelos de utilidade. Além do protetor de unha de elastômero para portadores de onicofagia, que pode ser usado por crianças e adultos, os outros são referentes a um aparelho eletrônico de comunicação integrada no trânsito, que permite o envio de mensagens pré-gravadas entre motoristas; uma lixa de unhas do tipo 3 em 1, com formato anatômico e um auxiliar de estacionamento mais barato, que serve para proteger pneus, rodas e calotas, segundo o inventor.

Ele já pagou pelo exame técnico e vem pagando as anuidades. Em entrevista dada à Agência Brasil, Gannam disse que o prazo longo de exame de patentes é um problema antigo para o qual “ainda não foi encontrada uma solução que agrade a quem está envolvido no processo”. 

O inventor ressaltou que a carta patente do INPI é essencial para que empresários invistam no projeto.  “[A demora] atrapalha muito o sucesso de um negócio”. Gannam destacou que, se o prazo cair para quatro anos, haverá um grande avanço. Seria um prazo próximo do de países desenvolvidos, enfatizou na entrevista.

Outras invenções e a busca por parcerias
Além destes produtos, Paulo Gannam disse a reportagem do Blog O Corvo-Veloz que possui mais de 800 ideias "cruas" estocadas (não desenvolvidas e sem patente, somente breve descrição apontando um problema e sua solução pela criação de um novo produto), e está a procura de startups, empreendedor ou investidor para ajudá-lo a peneirar estas ideias, desenvolvê-las, patenteá-las e lançá-las no mercado.  

"Procuro ainda apoio para inserir projeto de alteração da lei de propriedade industrial, da lei de inovação e de alteração na Constituição Federal para melhorar as condições de trabalho e direitos de inventores autônomos, pessoas físicas", ressalta o inventor na conversa com a reportagem do Blog O Corvo-Veloz.   

Empresários interessados em investir nos produtos de Paulo Gannam devem entrar em contato pelos seguintes canais:

Telefone: (35) 98404 4124
Email: pgannam@yahoo.com.br

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